SEJAM BEM-VINDOS!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mãos Vazias

Tenho analisado o comportamento das pessoas. E para minha surpresa a vontade é cada vez maior de manter a distância delas. Sem fazer qualquer julgamento ou crítica, apenas observo. E os resultados têm sido assustadores..

Sou o tipo de pessoa que não leva desaforo pra casa. Não tenho papas na língua e se estiver certa vou até o fim.  Minhas opiniões são formadas e não admito ver alguém tentando subestimar minha inteligência com atitudes cretinas. Nem sempre agrado com a verdade dita, porque ela sempre dói e ninguém é capaz de admitir o erro e se desculpar. Das muitas "amizades" que tive, conservei poucas. A decepção sempre bateu a minha porta de uma forma não tão agradável. E das que ainda não tive, prefiro que as coisas permaneçam assim como está. Não gosto de amizade por conveniência. Essa que você sente que suga a sua energia, que não te acrescenta nada de bom e que só serve quando não tem mais nada para fazer. Algo como querer estar junto por um benefício próprio. Cansei disso! Prefiro ser considerada antissocial, do que rir de uma falsidade estampada na minha cara, fazendo o mínimo de esforço para estar ali ou fazer aquilo. Puro tempo perdido! Uma chateação desgastante e desnecessária!

Sei que isso afasta as pessoas. Afinal, o conceito de amizade não é mais como o de antigamente, quando procurávamos os amigos para nos divertir, sem interesse algum. A verdade é que ninguém é perfeito. E eu, muito menos. Mas sempre fui amiga até mesmo daquelas que nunca mereceram. E não me arrependo de um milímetro do que fiz, porque era de coração. Mas tudo na vida tem um limite e o meu já transbordou faz um tempo. Não entendo o porquê dessa desvalorização. Não há mais respeito e consideração por nada e nem ninguém. Se algo prejudicar outra pessoa, mas te ajudar de alguma forma, em qualquer aspecto, não é preciso pensar duas vezes para fazer. Ei, mas peraí! Cadê a consciência?

Não quero ser conhecida como a amiga ideal, sorridente, que adora tudo e todos. Meu temperamento é difícil, mas quando o sentimento é sincero e recíproco, tudo fica mais fácil. Você consegue ver que a minha amizade é real e tem certeza que poderá sempre confiar em mim, que eu te direi não o que quer, mas o que você precisa ouvir. Que te darei um abraço sem motivo e estarei sempre disposta a ajudar fazendo você sorrir das minhas piadas sem graça, mas também terei dias ruins e precisarei do seu colo para me sentir segura. Isso é tudo que tenho pra oferecer.

E eu posso sim deixar de falar por meses com os meus amigos, seja lá por qual for a razão, mas eles sempre estarão no meu pensamento. E essa distância é o que nos uni. Fortalece o laço de carinho que temos e mantém aquecida a saudade daquilo que passou, sem o risco da decepção por algo que possa ser dito ou feito. É a minha forma de manter o cristal intacto na estante. Assim posso acreditar que ninguém conseguirá me magoar um dia e preservar aquela imagem boa de tudo o que vivemos. Infelizmente, essa escolha é o preço que pago para acreditar que existem amigos de verdade no mundo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Sozinha

Foram noites intermináveis. E deitada na cama, procurava seu calor num abraço apertado. Entre uma bebida e outra, dava um trago no cigarro, que por um instante me fazia esquecer. E essa era apenas mais uma tentativa tola de adormecer, para então acordar novamente e viver mais um dia cansativo e triste com a certeza de que ao voltar para casa não te veria cuidando das nossas plantas no jardim..

sábado, 21 de agosto de 2010

Adotada aos 16

Não tenho olhos puxados, tampouco carrego na certidão o seu sobrenome. E apesar de termos coisas em comum, como um humor alternado mil vezes num dia, também não possuímos nenhum laço sanguíneo.. Contudo, na verdade, isso pouco importa.

Te encontrei numa fase turbulenta da minha vida e mesmo sem me conhecer direito, foi a pessoa que mais me ajudou quando eu precisava. Lembro que tinha medo do seu jeito bravo e autoritário de ser, mas a convivência diária mostrou-me que não era bem assim, pelo menos não a todo tempo. Você sabia sorrir e fazia umas piadas. Contava-me histórias e gostava mesmo das coisas certas e justas. Passaram meses e nossa amizade se fortaleceu. Contei-te sobre meus sonhos, planos, tristezas, chorei, sorri.. E aos poucos pude ir conhecendo mais sobre a sua vida também. E como eu gostava dos sábados em que você ficava por lá na hora do almoço! Rá! É claro!! Eu já pensava no que teria de bom pra comer e sempre roubava umas misturas. Haha! Hoje é divertido lembrar. Também te levei minha trilha sonora. A sua eu já tinha decorado entre Roupa Nova e outras véinhas que eu gostava de escutar, mas nem tanto assim, né? rs.. Mesmo com o clima agradável em que vivíamos, por vezes entrávamos em conflitos. Nossas personalidades não se batiam. Ficávamos sem nos falar. E como eram longos os dias em que isso acontecia. Eu ficava bicuda e você fingia que eu nem estava ali. E do nada, voltávamos a nos falar, mas ninguém assumia o erro, que no meu ponto de vista, não existia. Era apenas o resultado de um dia ruim que estendia-se pelos seguintes. Uma pena que durante um período, eu não tive mais a sua companhia. E senti tanta falta! O interessante era que quando acendia uma chama de preocupação ou medo em mim, eu pensava em você.  E então ouvia: "Eu te disse, não disse..?" =P
Tardes eu passei como visita pra te ver e era um tempo bem gasto do meu dia. Voltava pra casa feliz por ter matado a saudade dos velhos tempos e de ter ainda mais a certeza de que poderia sempre contar contigo. Tudo bem, eu sei que nem sempre segui seus conselhos ao extremo, mas eu precisava que dissesse algo pra melhorar aquilo que me fazia mal. Até quando você ria de tudo, eu ria também. Afinal, não adiantava mesmo chorar!

Me sinto gratificada por ter tido a oportunidade de conhecê-lo e tê-lo como um ótimo amigo. Um homem forte, determinado e trabalhor, digno dos melhores elogios. E o tamanho do amor que você tem pela sua família faz-me admirá-lo ainda mais.. Só não gosto de saber que você ainda passa cerca de 13 horas no mesmo lugar sem a minha presença pra te chatear ou fazer sorrir. E agora, nem te fazer uma visita eu posso. Entretanto, sei que esse esforço é por um bom motivo! Por isso e, como eu sempre digo, mesmo que você não queira, já faço parte. Sou sua terceira filha e não adianta reclamar!!! E saiba que tenho muito orgulho em dizer isso!

O meu respeito por você é do tamanho do mundo! \ô/
Um grande abraço!


.....
...
.

Texto publicado na edição de hoje do Jornal Dia@Dia de Atibaia/SP - Pág.4

.
...
.....

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Platônico

No céu estrelas brilhantes clareiam a noite. Poucas nuvens, tempo ameno e a brisa suave toca meu rosto, tão macia. Sinto saudades. Um sorriso nasce quando lembro que caminhamos por ruas de mãos dadas, sem rumo. Chegando em qualquer lugar sem nome. E o seu abraço me aqueceu durante toda a noite fria.
A alegria daquele momento se eternizou no seu olhar, quando acordei e vi que você, com carinho, zelava o meu sono. Ali, senti o seu amor.
Não dá para calcular a preciosidade que estas pequenas coisas têm pra mim. Elas fazem com que a vida tenha mais cor e sentido. E mesmo sem qualquer palavra sua, aquilo que me trouxe de presente foi o mais importante. Felicidade.
Quando me despedi, senti a tristeza estampada na cidade. E o tempo quente daquele dia deu uma sensação de cansaço. Aquele, de ter que viver essa vida aos pedaços. De ter medos e planos. De não ficar com você.
Às vezes me pergunto se este será o meu martírio. Se isso terá um fim. Ou se nossos destinos se encontrarão um dia.
Hoje ainda me sinto feliz. Mesmo longe, quando adormeço, você aparece sempre nos meus sonhos.

sábado, 14 de agosto de 2010

Inércia

.n
Ilha de Jeju

Olho para o mar e ele fica nesse vai e vem de ondas molengas.
E meus pensamentos voam para longe dessa imensidão sem fim.
Algumas pessoas estão nele, sobre barcos ou botes.

E eu estou debruçada na janela do hotel vendo a vida passar lá fora,
enquanto a minha passa naquilo que escrevo e sinto agora.
Naquilo que respiro de bom do mundo e das pessoas que vão embora.

Essa maresia me consome..
n.

Veja também!