SEJAM BEM-VINDOS!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Endymion

--

O que é belo há de ser eternamente 
Uma alegria, e há de seguir presente. 
Não morre; onde quer que a vida breve 
Nos leve, há de nos dar um sono leve, 
Cheio de sonhos e de calmo alento. 
Assim, cabe tecer cada momento 
Nessa grinalda que nos entretece
À terra, apesar da pouca messe
De nobres naturezas, das agruras, 
Das nossas tristes aflições escuras, 
Das duras dores. Sim, ainda que rara, 
Alguma forma de beleza aclara
As névoas da alma. O sol e a lua estão 
Luzindo e há sempre uma árvore onde vão 
Sombrear-se as ovelhas; cravos, cachos
De uvas num mundo verde; riachos 
Que refrescam, e o bálsamo da aragem 
Que ameniza o calor; musgo, folhagem, 
Campos, aromas, flores, grãos, sementes, 
E a grandeza do fim que aos imponentes 
Mortos pensamos recobrir de glória,
E os contos encantados na memória: 
Fonte sem fim dessa imortal bebida 
Que vem do céus e alenta a nossa vida.

( Jonh Keats )

------------------------------------------------------------------------------------

Poeta inglês considerado um dos maiores nomes do romantismo na Inglaterra. Sua obra oscila entre as freqüentes referências à morte e um intenso sentimento de prazer com a vida. Influenciado pelos poetas gregos do período helênico, como Homero, bem como pelos poetas elizabetanos do século XVI, persegue a perfeição estética. Sua poesia é marcada por sentimentalismo romântico, imagens vibrantes, de grande apelo sensual, e expressão de aspectos da filosofia clássica.
Orfão desde a infância, é criado em Edmonton por um tutor, que o transforma em aprendiz de cirurgião. Volta em 1814 para Londres, onde trabalha como assistente de cirurgia em dois hospitais. Em 1817 decide abandonar a medicina para se dedicar à poesia.
No mesmo ano publica o primeiro livro, Poems, marcado por imagens ultra-românticas, mas não obtém sucesso. Em 1818 lança Endymion e inicia a produção de seu maior poema, Hyperion, que não chega a concluir. Logo após o lançamento, Keats conheceu Fanny Brawne, a grande paixão de sua vida. Mas tiveram que separar-se em 1820, devido à tuberculose que ele havia contraído.
Poucos poetas escreveram obras tão importantes em tão pouco tempo como Keats. Em 1820 foram publicados Lamia, Isabelle, A vigília de Saint Agnes, Hyperion e cinco Odes. Os erros e imperfeições de seus poemas iniciais haviam desaparecido totalmente. Apesar de nunca ter publicado nada em prosa, suas cartas ao irmão demonstram uma penetração crítica e filosófica verdadeiramente notáveis.
Só obteve reconhecimento após a morte ( Londres 31.10.75 - Roma 23.02.1821) quando estava com apenas 25 anos. Keats, o último e maior dos poetas românticos ingleses, exerceu uma profunda influência sobre Tennyson, Robert Browning, pré-rafaelitas e outros.
Fonte:  Wikipédia

---
PS.: Quem puder e quiser assista o filme Brilho de uma Paixão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Veja também!